A Política do Bem Comum

Não queria ser oportunista em escrever esse texto no momento em que o Palmeiras teve problemas com a sua organizada, já estava pensando em escrevê-lo há alguns dias, mas também não quero deixar que o assunto esfrie tanto para algo que considero tão importante que é a Política do “Bem Comum”, que não existe dentro da Sociedade Esportiva Palmeiras, principalmente se considerarmos o potencial que o clube possuí para realizar ações e atrair massas que consomem efetivamente o clube, vivem em sociedades ligadas ao clube, como fóruns na Internet, sites especiais e também nos “botecos” e bares esportivos. Seja em rodas de amigos ou num grupo isolado do Facebook, o Palmeiras está nesses lugares.

Porém, fico triste de saber que o Palmeiras, como assunto, está em todos os cantos, em todos os Palestrinos e representa uma união que só a torcida do Palmeiras entende, ao ver o manto Alviverde nas ruas, ostentado por um irmão e ao mesmo tempo, o nosso amado clube não está lá. Pelas políticas dos ratos sujos, os Palestrinos viram o seu clube afastar-se deles, tornar-se um clube não mais elitizado, mas tímido, que em alguns momentos parece temer o torcedor comum pela falta total de relacionamento entre as duas partes.

A política que Paulo Nobre está implementando dentro do Palestra Itália, aliado com a sua área de Marketing, está focando muito mais nos torcedores do que a de Arnaldo Tirone, porém sentimos falta de ações próprias em conjunto com as nossas parceiras, como fizeram para o lançamento da terceira camisa azul do Palmeiras, da Cruz de Savoia, tenho lembranças do vídeo de lançamento em minha memória até hoje. São ações orquestradas para o bem da comunidade Palestrina que engrandecem a força do clube, inclusive em momentos críticos, pelos quais passamos.

É necessário que o clube demonstre de maneira aberta que busca o alicerce necessário para a sua reestruturação em busca de tornar-se o Campeão do Século XXI na sua torcida, é necessário que o clube se relacione com os torcedores, não como clientes ou como meros consumidores, como igual, assim como nós, torcedores do Palmeiras, nos relacionamos. É nesse ponto que um clube demonstra a sua grandeza: A forma como trata os seus torcedores.

Títulos passam, jogadores passam, clubes passam, se não houver quem os lembre. O time de 93 será eterno, pois todos nós, Palestrinos, lembraremos com orgulho daqueles jogadores que ostentaram o Manto Sagrado, assim como São Marcos, Ademir da Guia, as Academias. Todos têm em comum a Eternidade, mas conseguiram através do respeito que tinham com a torcida e que era recíproco. O Palmeiras, sem o seu fã, torna-se um time comum. Não importa a divisão que ele esteja ou os títulos que ele conquistou.

Para renovar os ânimos dessa união, indico um caminho em conjunto com outra grande marca do esporte mundial, a Adidas. A nossa patrocinadora de materiais esportivos tem um “know-how” imenso em marketing e em ligações “torcedor-clube”, ela é vital para que essas ações tenham um “upgrade” ainda maior em esfera global, pela sua importância como marca. Aliando a Adidas ao Palmeiras, ainda mais, reunindo os fios dispersos com os patrocinadores que permanecem no Palmeiras junto com a sua torcida, o Alviverde Imponente poderá buscar forças para oxigenar esse momento de turbulência, em conjunto com suas bases de suporte que o querem firme e forte, gigante e vencedor.

A empresa, inclusive, fez uma campanha conjunta ao Benfica, clube de Portugal. Na ação, os jogadores do clube utilizavam as camisas do Benfica e quando abordavam torcedores na rua, trocavam de camisa. Um gesto comum nos finais de jogos com outros jogadores, de outros times. Desta forma, o jogador entrega a camisa a um torcedor como igual, em forma de respeito e de união com a torcida. A ação, inclusive, foi denominada de “We Are All Benfica” (Todos nós somos Benfica), expondo ao máximo o sentimento de igualdade entre clube, torcida e colaboradores, pois nesse ponto, a Adidas deixa de ser um mero patrocinador e torna-se um colaborador ligado, de fato, ao clube.

Estamos em busca de evolução e temos graves problemas de união entre os torcedores e o clube, o Palmeiras parece longe dos seus torcedores, hoje essa distância está diminuindo com os veículos de comunicação e com as respostas constantes de alguns dentro do Palestra com os torcedores, mas ainda é muito pouco pelas necessidades que essa torcida tem de se relacionar com a principal razão que as une com outras 15 milhões: a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Vitor Gropelo.