Palmeiras reduz elenco e terá alta economia salarial

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Após sete meses de gestão a atual diretoria do Palmeiras realizou a primeira parte do processo de reestrutura do clube, equacionar as dívidas e formar um elenco que tenha resultados positivos na série B e dispute com qualidade a Copa do Brasil, agora é o momento de realizar o segundo passo, com as dívidas equacionadas gerar mais receitas e melhorar o ambiente econômico do clube para os próximos anos e “arrumar” o elenco formado.

Neste tópico falaremos como a segunda opção influenciará de maneira positiva no âmbito econômico e no desenvolvimento de jogadores para um retorno futuro ao Palmeiras, além disso, alguns caminhos que a diretoria deverá seguir para continuar essa transformação do elenco Alviverde. No início do ano, o Palmeiras contava com apenas 20 jogadores profissionais, porém com o final do Palmeiras B, integração de jogadores da categoria de base, contratação de atletas e volta de jogadores por empréstimo, esse numero chegou a casa de 49 jogadores profissionais recebendo salários e treinando em conjunto na Academia.

A solução foi à negociação dos atletas que não seriam utilizados por Gilson Kleina, avaliou-se o potencial do jogador e a sua utilidade dentro do elenco e o que o Palmeiras ganharia com o empréstimo de tais atletas. O principal foi a saída de jovens valores da base para retornarem mais experientes, ação normal e que não foi feita anteriormente, útil para que os atletas sigam jogando e produzindo o seu futebol.

Pessoalmente acredito que essa ação serve para frear a “marra” de alguns jovens valores e desenvolver os atletas no geral, pois jogarão em gramados ruins, sem torcida e terão que jogar bola, pois serão apenas mais um no time que atuarão. Voltem e passem a respeitar e observar de outro ângulo o que significa jogar pelo Palmeiras, um exemplo foi à recente volta do lateral Luis Felipe. Essa etapa de “desenvolvimento” era queimada anteriormente pelas diretorias do Alviverde Imponente, Vinícius teve problemas com isso, pois subiu jovem com 16 anos e nesta temporada ainda atuou pela Copa São Paulo de futebol júnior, um pedido especial de Kleina para dar ritmo ao atleta.

Começaremos comentando sobre o ex-atacante Kléber, o jogador chegou por empréstimo numa negociação com o Porto, de Portugal. Infelizmente a aposta não vingou e o atleta foi devolvido ao seu ex-clube e deverá ser emprestado ou negociado em definitivo, pois o Porto não utilizará o jogador. Kléber tinha um alto salário, porém o Porto honrava metade de seus vencimentos.

Na sequência temos a única saída em definitivo do Palmeiras de um atleta do clube, Maurício Ramos deixou o Alviverde Imponente para atuar pelo Al Sharjah dos Emirados Árabes Unidos. O contrato foi por empréstimo de um ano, porém o seu contrato com o Palmeiras vencerá nesse período e o atleta estará livre para negociar um novo contrato com o seu atual clube.

Outros jogadores foram emprestados novamente, Patrik foi dispensado pelo Gangwon da Coréia do Sul, mas saiu para defender o Sport do Recife até o final da atual temporada, seu contrato durará até março de 2015. Leandro Amaro foi mais um dispensado, desta vez do Avaí, porém já assinou contrato até o final do ano com o Náutico. O zagueiro tem contrato com o Palmeiras até o final de 2014.

Alguns atletas do Palmeiras que vinham atuando foram encostados e repassados para outros clubes. O caso de Welder é o mais “emblemático”, contratação errada da diretoria e com um contrato válido até o final de 2016, Welder não agradou e foi emprestado ao Sporting de Portugal até junho do próximo ano. Já Tiago Real foi emprestado ao Náutico até julho do próximo ano, seu contrato irá até agosto de 2016 com o Palmeiras. Para finalizar, Maikon Leite também foi emprestado e deixou o Palmeiras após ter se tornado uma decepção, o jogador tem contrato até junho de 2016 e ficará o resto do ano no Náutico.

Para finalizarmos, os jovens valores da base saíram para absorver experiência e retornarem prontos para jogar pelo Alviverde Imponente, o primeiro a sair foi o atacante Emerson de 22 anos, o atleta tem vínculo com o Palmeiras até o final de 2015 e foi emprestado ao Oeste até o final de 2014. Junto com Emerson, o meia Diego Souza também passará o mesmo período no Oeste, seu contrato é válido com o Palmeiras até julho de 2017. Seguindo os passos dos dois atletas, João Denoni também atuará no time do interior, com contrato até o final de 2018, Denoni assinou um contrato de empréstimo válido até o final de 2014, porém o Palmeiras poderá convocá-lo no final do Paulista da próxima temporada, caso tenha necessidade.

E o último atleta a deixar o Palmeiras foi o jovem meia-atacante Patrick Vieira, o atleta deixou o clube para atuar pelo Yokohama F. C., que disputa a segunda divisão da “J-League”, campeonato nacional do Japão. O atleta tem contrato até o final do próximo ano com o Palmeiras e retornará ao clube no final deste ano. É especulado que esse empréstimo é uma negociação inicial que evoluirá para uma venda de Vieira para o futebol japonês.

Nessas transações deixaram o Palmeiras doze atletas, reduzindo o numero inicial de 49 jogadores para 38, um valor muito alto para os padrões brasileiros. Gilson Kleina deseja contar com um elenco formado com 32 peças, porém “aceitaria” que o grupo possuísse 35 jogadores. Para o Palmeiras também será muito útil ter um elenco reduzido, mas que seja possível que Kleina trabalhe com o grupo e tenha todas as condições necessárias de planejamento no elenco. Jogador “parado” é custo sem retorno, dinheiro perdido. A atual gestão sabe que terá que evitar que isso ocorra.

Em contrapartida, na última gestão a saída para cortar gastos foi a “demissão” da nutricionista em viajar com os jogadores do Palmeiras. A ação irritou os torcedores Alviverdes e demonstrou o princípio da catástrofe que ocorria no mandato de Arnaldo “Tirano” e Roberto Frizzo. Com Paulo Nobre e José Carlos Brunoro a situação é diferente, há erros de planejamento, porém o clube vive uma situação melhor, tanto na questão de ambiente quanto na econômica. A reestruturação do Palmeiras é feita de forma lenta, porém segura e correta, desta forma poderemos colher frutos ao longo dos anos.

Com a saída de 12 atletas podemos realizar suposições, tínhamos jogadores que recebiam um alto salário como Maikon Leite, Maurício Ramos e Kléber, apesar de ter uma parte paga pelo Porto. Além de jovens da base, a qual o salário naturalmente é inferior, mas se colocarmos uma média baixa de R$ 80 mil por jogador representará um custo de R$ 960 mil por mês. Economizaremos, neste caso, um milhão de reais por mês em folha salarial e valorizaremos nossos atletas.

Apesar dessas saídas, ainda podemos reduzir a folha de pagamento e provavelmente irei expor alguma ação futura da diretoria do Palmeiras. O principal é cedermos novos jovens valores que não terão chances de atuar para clubes que joguem a série B e a primeira divisão do estadual, como o jovem goleiro Raphael Alemão que completará 25 anos e nunca atuou como profissional. Além dele, temos os zagueiros Marcos Vinícius, Luiz Gustavo e Wellington que não deverão ser aproveitados e os meias Bruno Dybal e Edilson. São seis jogadores jovens do Palmeiras, com potencial e que não serão utilizados e podem render e se desenvolverem em outros clubes.

Além desses seis atletas, é desejada a saída de Rondinelly no elenco principal, sendo devolvido ao Grêmio e o empréstimo de Wendel, pois o contrato se encerra no final desta temporada e não deverá ser renovado. Com esses oito jogadores fora do Palmeiras fecharemos o elenco em 30 jogadores para Gilson Kleina, com experiência e condições de enfrentar a dura série B e reduzimos o alto custo do elenco profissional. Esperamos um trabalho de integração aos jovens que voltarão de empréstimo na próxima temporada e o desenvolvimento de novos valores para o clube principal.

Nós não temos espaços no elenco atual para jogadores sem experiência pelo momento difícil que vivemos, mas o desenvolvimento desses atletas será útil para o futuro Alviverde, pois tínhamos dez apostas no elenco principal, quatro saíram emprestados e seis ficaram se desses dez jogadores três conseguirem um desenvolvimento para tornarem-se jogadores de bom nível, o Palmeiras ganhará muito com essa ação.

Ter uma base boa não significa subir jogadores para o profissional prontos para jogarem, mas que os atletas tenham um tempo de amadurecimento, que é diferente em relação a cada atleta e possam atuar pelo clube profissional. Na maioria das vezes, é necessário cedermos um jogador para que ele absorva experiência num ambiente com menor pressão e desenvolva seu talento buscando se sobressair sobre os demais e retorne pronto para despontar no seu time de origem. Isso é válido e não concordo que a torcida critique essas ações.

Continuaremos acompanhando o desenvolvimento do time e dos nossos valores e com um desejo que os garotos que saíram de nossa base possam provar seu valor em seus novos clubes e voltem com vontade, garra e desejo de atuar pelo Palmeiras.

Vitor Gropelo.

Excelente tópico Skull, parabéns!