Os riscos de Paulo Nobre

Paulo Nobre desferiu um duro golpe contra as ações orquestradas de membros de uma torcida organizada do Palmeiras, após o fatídico episódio ocorrido no aeroporto de Buenos Aires, momentos antes do embarque da delegação de volta ao Brasil, após a derrota do time para o Tigre. Falou com firmeza, não abaixou a guarda em momento nenhum, diferente da atitude da massacrante maioria dos dirigentes de clubes brasileiros, que vivem “passando a mão” na cabeça dos diretores de torcidas organizadas.

Porém, isso pode lhe custar um preço alto. Sabemos que a política do Palmeiras é feita nas alamedas, e não nas arquibancadas. Por mais que as redes sociais demonstrem um apoio incondicional do torcedor comum diante da atitude de Nobre, são os conselheiros do clube os verdadeiros fiéis da balança na avaliação e no apoio (ou não) à atual diretoria.

Nobre pegou uma verdadeira carne de pescoço para administrar e, como sabemos, para se digerir carne dura serão necessárias horas e mais horas de cozimento, que exige paciência de quem vai digerir (no caso, a torcida).

Encontrou uma situação das mais críticas, com o caixa completamente vazio e sem elenco para as disputas que o time teria pela frente. Trouxe um nome de peso para comandar o futebol. Errado ou certo tomou uma atitude drástica no caso Barcos, viabilizando a saída do principal jogador do time e amealhando quatro jogadores do Grêmio, numa tentativa de compor melhor o elenco. Enfim, tem feito alguma coisa, muito mais do que a gestão anterior. Se vai dar certo, ainda não sabemos, o tempo dirá.

E diante de um caixa baixo, resolveu cortar as regalias das torcidas organizadas. Foi a senha que faltava para os membros dessa torcida declarar guerra à atual diretoria, diferentemente do que aconteceu na gestão passada. Mesmo diante da PIOR GESTÃO DA HISTÓRIA DO PALMEIRAS, os membros dessa torcida, em momento nenhum, importunaram seus diretores.

Diante de tudo isso, vem a preocupação. Como o torcedor comum não tem nenhuma influência na política do clube, os tais conselheiros, divididos em um monte de grupos, cada qual defendendo um determinado interesse (e, garanto, pouquíssimos desses grupos tem interesse no bem maior, chamado Palmeiras), tendem a isolar a atual diretoria. Sim, porque parte desses conselheiros ainda estão ligados ao grupo de Mustafá, que ainda mantém fortes relações com a torcida organizada. Sem falar que tem alguns conselheiros que fazem parte dessa torcida.

Do outro lado, existe a oposição ao Nobre, composta principalmente pelos membros da UVB, que também não vão aliviar para o seu lado. Lembramos que alguns membros com forte influência na mídia palmeirense tem atacado de forma constante as ações impostas pelo Paulo Nobre.

Lembremos que no final do nefasto mandato do Tirone, este ficou totalmente isolado, sendo refém do próprio COF. E acho que isso poderá voltar a acontecer nessa gestão, se o Nobre tomar mais alguma atitude que venha a mexer com os interesses de algum grupo.

Pelo visto, o desfecho dessa novela ainda demorará para chegar. Só espero que os verdadeiros palmeirenses usem do bom senso para avaliar a situação e que deixem de lado os interesses pessoais que tanto habitam as atitudes de muitos pelas alamedas do clube.

Discordo, Neto. O Poder que o Nobre impõe é maior que o que Tirone e Frizzo possuíam, pois eles não encontravam alicerces na torcida ou no elenco do time, já Paulo Nobre trabalha pelo bem do Palmeiras. Podem bater, mas o contra-golpe mais forte que Paulo Nobre poderá dar é manter suas palavras e ações em pró do clube.